A firma de arquitetura, planejamento urbano e pesquisa Waterstudio.NL, dos Países Baixos, em colaboração com a Dutch Docklands e o governo das Maldivas, divulgou o projeto Maldives Floating City (MFC), uma “cidade-ilha” que oferece uma nova abordagem de vida sustentável no Oceano Índico. O projeto está em desenvolvimento há mais de uma década e contará com milhares de residências flutuando ao longo de uma malha flexível e funcional em uma lagoa de 200 hectares.
Comunidades de todo o mundo sempre adaptaram seus estilos de vida para permanecer perto da água, sejam lagos, riachos ou o oceano. E embora a ideia de “ilhas flutuantes” já tenha sido elogiada por sua utilidade e engenhosidade, traduzi-las em imóveis contemporâneos, escaláveis e comercialmente viáveis sempre pareceu fora de alcance. Maldives Floating City se baseia na cultura desta nação marítima, onde os habitantes locais celebram a sua forte relação com o mar. O projeto faz uso de canais como principal infraestrutura de logística, reduzindo os deslocamentos terrestres a caminhadas e ciclismo.
A MFC é o primeiro empreendimento desse tipo: uma cidade com uma estrutura de estradas e canais marítimos baseada na natureza. Os arquitetos planejaram um projeto de desenvolvimento urbano resiliete ao aumento do nível do mar previsto para as próximas décadas com uma mistura de tecnologia sustentável, segurança e viabilidade comercial. Situado a apenas dez minutos de barco da capital Malé, a MFC contará com hotéis, restaurantes, boutiques e uma marina.
O projeto também contará com uma rede inteligente que pode responder a mudanças climáticas. O sistema utiliza tecnologias inovadoras de desenvolvimento sustentável e aplica práticas ecológicas para proteger, preservar e melhorar o ecossistema marinho. As unidades são construídas em um estaleiro local e estão presas a um grande casco de concreto submerso, conectado ao fundo do mar sobre palafitas telescópicas de aço. Sob a superfície da água, bancos de corais artificiais serão anexados para estimular o crescimento de corais. Os recifes de coral submersos funcionarão como um quebra-ondas natural que, juntamente com a malha de estruturas flutuantes, proporcionará conforto e segurança aos moradores.
Seguindo uma abordagem semelhante para combater o aumento do nível do mar, a UN-Habitat e a empresa de tecnologia OCEANIX divulgaram o projeto do primeiro protótipo do mundo para uma cidade flutuante sustentável em Busan. Com uma população de 3,4 milhões de pessoas, Busan é a segunda maior cidade da Coreia e uma das cidades marítimas mais importantes da Ásia, o que torna um local adequado para a implantação do protótipo de cidade flutuante. A comunidade flutuante do OCEANIX contará com 15,5 acres de plataformas interconectadas que acomodarão 12 mil pessoas.
Em 2019, como parte da Nova Agenda Urbana da ONU-Habitat, o Bjarke Ingels Group propôs uma comunidade flutuante resiliente e sustentável capaz de acomodar 10 mil pessoas. “Oceanix City” foi uma resposta à previsão de que até 2050, 90% das maiores cidades do mundo estarão expostas ao aumento do nível do mar, resultando em deslocamento em massa e destruição de habitações e infraestrutura.